quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Se eu fosse um livro

Baseada na obra de José Jorge Letria e André Letria, os alunos da turma DOV, acompanhados pelos professores de Português, Cândida Figueiredo e Romeu Cruz, embarcaram numa aventura fantástica, na Biblioteca da nossa escola.
Após ouvirem a leitura da obra e folhearem o livro, puderam registar e ilustrar quais os seus desejos se pudessem ser um livro.
E não é que descobrimos que se os nossos alunos fossem livros gostariam de ser janelas abertas para o mundo, ajudantes do saber ou até mesmo crianças que se embalam ao som de histórias...

E você, leitor do nosso blogue, se fosse um livro o que faria ou gostaria de ser?









quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Halloween

O Estranho Mundo de Jack


Caía o outono em Halloween, a noite enregelava...
Contra a Lua, só, num monte, um esqueleto cismava.
Era esguio e comprido e um laço-morcego trazia;
Jack Esquelético, o nosso protagonista,
Aborrecia-se de morte na cidade de Halloween,
Onde tudo decorria de forma prevista.

"Já me cansa meter medo, sustos e pavor.
Estou farto de ser algo que enche a noite de terror,
Farto de maus-olhados, de infundir alvoroço,
E os meus pés agonizam com a dança dos ossos.
Não gosto de cemitérios, quero mudar de ares!
Deve haver mais na vida que caretas e esgares!»

Durante toda essa noite e todo o dia a seguir,
Jack andou sem parar, sem saber por onde ir.

Até que no coração da floresta, a noite caía,
Jack teve uma visão de intensa magia:
Ali, a escassos metros... mesmo à sua beira...
Três portas esculpidas de maciça madeira.
Ficou estupefacto, sem tirar o olhar
De uma porta, entre todas, a mais singular.
Atraído, excitado, mas também ansioso,
Jack abriu-a e entrou num mundo branco e ventoso.

Jack nem calculava, mas tinha ido parar
À cidade do Natal - o nome desse lugar.
E, banhado em tal luz, já não se inquietava,
Pois enfim encontrara o que mais lhe faltava.
Para os amigos não julgarem que ele mentia,
Tirou as prendas e os doces que por lá havia:
Levou lembranças das meias junto à chaminé
E uma foto do Pai Natal com duendes ao pé.
Pegou nas luzes, nas fitas e bolas do pinheiro,
E roubou um N grande que viu num letreiro.

Arrecadou aquilo que achou cintilante
E até uma bola de neve gigante.
Limpou tudo num ápice e, muito apressado,
Voltou à sua terra sem ser apanhado.

Tim Burton, O estranho mundo de Jack, Orfeu Negro